Atenção à quantidade usada é muito importante
Creme dental com flúor também pode ser usado por crianças menores de dois anos. A orientação é dada pela Associação Brasileira de Odontopediatria desde 2009 e neste ano foi endossada pela Sociedade Americana de Pediatria. Até alguns anos atrás, a recomendação dos dentistas era evitar que crianças menores, e que ainda não sabem cuspir, ingerissem a substância para não haver risco do desenvolvimento de fluorose – que são manchas brancas nos dentes causadas pela ingestão exagerada de flúor.
A avaliação mais recente é que, usado na medida certa, o creme dental com flúor traz mais benefícios do que possíveis prejuízos. Essa quantidade segura é de meio grão de arroz cru (0,05 g) para os bebês menores, que têm até oito dentes na boca, e de um grão inteiro (0,1 g) para os maiores, mas que ainda não sabem cuspir. Para as crianças que já sabem cuspir, a quantidade recomendada é equivalente a um grão de ervilha (0,3 g).
“O bebê, aos dez meses, normalmente já tem contato com açúcar. Então, ele precisar usar o creme dental com flúor. Se usar sem, não terá proteção alguma”, explica o presidente da ABO, Paulo Rédua. De acordo com ele, não é necessário mais de três escovações por dia. As mais importantes são após o café da manhã e antes de dormir.
E se o bebê ainda dorme enquanto mama — no peito ou na mamadeira? Para esses casos, Rédua recomenda que os dentes da criança sejam escovados antes de ela mamar. De acordo com ele, o açúcar do leite materno ou mesmo em pó — a lactose — demora para se acidificar e, com a proteção do flúor, é pouco provável que esse leite facilite a formação de uma cárie.
Mais perigosos que as mamadas noturnas são os lanches açucarados e fora de hora. Além de aumentar o risco de a criança ficar com sobrepeso, as comidinhas doces também ameaçam os dentes. “ A cárie é uma doença que não depende apenas do consumo de açúcar, mas da frequência do uso. Se a ingestão de produtos açucarados se limitar a 3 ou 4 vezes por dia, ou seja, às refeições principais, os episódios de desmineralização [perda mineral] dos dentes não serão maiores que os de remineralização [ganho mineral]”, explica Rédua.
Fonte: Odonto Notícias